MD e CD em não tecidos — As duas direções que determinam a resistência e a uniformidade
- dkfiber2004
- 31 de out.
- 3 min de leitura

Nonwoven é um material em forma de lâmina, produzido pela união de fibras de maneira física ou térmica, sem processos de fiação ou tecelagem. Curiosamente, mesmo sendo feito com as mesmas matérias-primas, sua resistência e alongamento variam conforme a direção em que é tracionado.
Nesse contexto, utilizam-se dois termos de referência importantes: MD (Machine Direction) e CD (Cross Direction).
Nesta publicação, vamos analisar mais de perto o que significam MD e CD.
MD (Machine Direction) – A direção ao longo do fluxo da linha de produção

MD refere-se à direção em que o não tecido se desloca na máquina, acompanhando o fluxo principal de toda a linha de produção, como cardagem, agulhagem e prensagem térmica.
Durante o processo de cardagem, as fibras são esticadas ao longo dos rolos, o que faz com que a maioria delas se alinhe na direção MD.
Fibras alinhadas no sentido longitudinal → Resistência à tração ↑
Alinhamento linear → Alongamento ↓
Influencia principalmente a estabilidade estrutural e a durabilidade
Portanto, a direção MD é considerada a principal direção de suporte de carga nos não tecidos, servindo como um indicador essencial da estabilidade estrutural e da durabilidade do produto.
CD (Cross Direction) – A direção perpendicular à orientação das fibras

CD refere-se à direção perpendicular ao MD, ou seja, a direção transversal (na largura) do não tecido. Nessa direção, as fibras estão entrelaçadas de forma mais aleatória, resultando em menor resistência, mas maior alongamento em comparação ao MD.
Menor resistência, mas maior capacidade de absorção de deformações
Desempenha um papel fundamental na avaliação da uniformidade e flexibilidade dos não tecidos
Em outras palavras, CD (Cross Direction) é perpendicular à orientação das fibras. Quando tracionadas, as fibras não estão alinhadas paralelamente à direção da tensão, o que dificulta a sustentação das cargas — por isso a resistência é relativamente menor.
Como é determinada a orientação das fibras?
A maioria dos não tecidos forma seu véu através do processo de cardagem, que naturalmente orienta as fibras na direção MD. No entanto, ao modificar o design do processo, também é possível alcançar a orientação das fibras na direção CD.
Tipo de processo | Características de orientação das fibras | Relação de resistência MD/CD | Descrição |
Carding only | Orientação em MD, estrutura unidirecional | 2:1 ~ 3:1 | Não tecido típico agulhado |
Carding + Cross Lapper | Orientação cruzada (±45°) | 1.2:1 ~ 1.5:1 | Estrutura equilibrada MD-CD |
Air-laid / Melt-blown | Orientação aleatória | 1:1 | Estrutura isotrópica |
Em particular, o equipamento cross lapper empilha o véu proveniente da cardagem em múltiplas camadas sobrepostas, alternando entre MD e CD. Esse processo possibilita a produção de não tecidos com propriedades físicas bem equilibradas.
Por que o equilíbrio entre MD e CD é importante?
O desempenho dos não tecidos não é determinado apenas pela resistência em uma única direção.
Quanto mais equilibrada for a resistência entre MD e CD, de forma mais uniforme o produto mantém sua estabilidade dimensional, durabilidade, processabilidade e capacidade de recuperação após compressão.
Categoria | Direção | Principais características | Finalidade principal |
MD | Direção da linha de produção | Alta resistência ↑ / Baixo alongamento ↓ | Suporte de carga, aumenta a durabilidade |
CD | Direção transversal (largura) | Baixa resistência ↓ / Alto alongamento ↑ | Garante uniformidade e flexibilidade |
A qualidade dos não tecidos é determinada não apenas pelo tipo de matéria-prima utilizada, mas também pelo projeto da orientação das fibras (MD/CD) e pela proporção de fibras ligantes.
A direção MD rege a resistência e a durabilidade.
A direção CD contribui para a uniformidade e a flexibilidade.
A harmonia entre essas duas direções define, em última instância, a integridade e o desempenho do produto final.



